O Surgimento do Tarô
O pensamento mágico é a primeira operação da mente e é o alicerce de todas as religiões e civilizações emergentes, que, por sua vez, desenvolveram suas artes e ciências. Estas últimas são hoje capazes de proceder maravilhas cada vez mais próximas do ato mágico da Criação. Afinal, estamos à porta de decifrar o mistério do código genético, de descerrar o véu sagrado do proteoma. A Serpente está prestes a morder o próprio rabo, sinal de eminente sincronicidade.
O prenuncio do oroboro sempre põe em xeque nossos valores mais profundos, por isso a humanidade, tão dependente de sua fantástica tecnologia, nunca se viu tão centrada em seu renascido interesse pela magia. Talvez o faça por instinto de sobrevivência. Ademais, o fim da magia seria o fim da própria humanidade. Nenhuma cultura sobrevive sem ela e o seu desaparecimento seria a dissolução do mais arcaico modo de pensar.
Pensamentos e linguagem são totalmente permeados por magia. O homem pré-histórico percebia em seu mundo uma fusão incompreensível de fenômenos sonoros atrelados às imagens. Ele “via” sons no correr do regato, no balançar das arvores, no andar dos bichos no ribombar das tempestades, nos golpes de luta, no rolar das pedras; todas essas entidades estavam tão vivas quanto ele próprio.
A partir desse universo acústico, uma serie de símbolos sonoros pôde ser criado na tentativa de reproduzir os eventos naturais, o que fez surgir a linguagem. A antropologia e a semiótica esclarecem que os nomes dados às coisas pelos homens pré-históricos revelavam-nas “em si” e declaravam seu verdadeiro som, seu modo de ser, conforme a natureza era percebida.
Foi dessa observação dos fenômenos naturais que nasceu o culto aos orixás, a criação do Tarô e diversas outras práticas mágicas. As quais foram muito bem estudadas pelos celtas, caldeus, essênios e egípcios séculos depois, mas infelizmente encontramos hoje essas tradições deturpadas e corrompidas.
Com essa observação atenta deu ao homem o poder de diferenciar-se do ambiente à sua volta por meio da linguagem e ao nomear as coisas tornou real sua inserção no mundo, passando a explorá-lo, a partir da porta da caverna, cada vez com mais amplos horizontes. A formação de conceitos simbólicos é sempre um ato criativo em sua concepção.
A linguagem, paradoxalmente, tanto expressa a consciência humana como dá conta de seus limites, já que sabemos existir experiências transcendentais que, a despeito do avanço das ciências, permanecem inatingíveis pela simples razão. Para o homem pré-historico, dado o seu estado natural de ignorância lógica, tudo tinha esse caráter mágico inefável. Conforme a aprendia a criar símbolos, melhor dava conta de suas necessidades. E deflagrou-se aí o estopim revolucionário do pensamento humano, a conferir a toda humanidade uma atitude comum, lançando as bases das civilizações.
Tenho por certo que o tarô é tão antigo quanto à humanidade. Ele foi percebido primeiro na mente inconsciente do homem, depois passou a um estado subconsciente e daí passou para a consciência humana. No entanto esse processo durou séculos para que o homem viesse entender de forma mais palpável todos esses conceitos pra depois passar através do pensamento mágico criador a confecção de símbolos descritivos.
Até a criação real num plano mais terreno do tarô o homem levou muitos anos pra entendê-lo, pois foi obrigado por sua curiosidade e necessidade a estudar todas as configurações de cada arcano. Alem disso o pensamento se direcionava há varias direções o que trouxe a necessidade de estudar todo simbolismo de varias maneiras. Nesse processo de observação ele teve que estudar a simbologia gráfica mais condizente com o que lhe era passado através de visões. Depois ainda tinha a configuração numérica, sonora e o significado mais alinhado do nome com o arcano.
Em especial o estudo dos sons é o mais complexo de todos os segredos magisticos em qualquer filosofia oculta. Na umbanda ou no esoterismo a configuração mântrica tem um sentido muito especial e tem que vibrar perfeitamente harmônica com a configuração tântrica dos rituais.
Até mesmo nas crenças cristãs vemos a importância das orações cantadas através de hinos de louvores. O Canto Gregoriano é com certeza um das mais belas formas de louvores criadas pelo homem a Criador. As Escrituras também nos fala sobre o Côro dos Anjos no Céu.
Desde que o primeiro rasgo de pensamento se desprendeu da fonte de inconsciência de si mesmo em que estava imerso o homem se viu diante da Lei e proibições. – O que em termos bíblicos corresponde à expulsão de Adão e Eva do Paraíso -, uma fenda atemporal foi aberta pela espada flamejante do arcanjo Miguel, que escoltou o casal até a saída, e nela se prendeu o elo primordial da magia.
“Onde se prendeu a magia?” possivelmente “Na fenda do tempo, na espada do arcanjo ou na saída do Éden?” isso não sabemos precisar, mas suponho que o elo original está preso à nossa própria capacidade de reflexão, ampliada pelo universo lúdico e criador da linguagem. Quero dizer com isso que o Verbo da Criação é mágico em sua natureza e mais que isso, ele é divino.
A mente mágica que trazemos, herdeira legitima do estado de pureza original, é algo notável; essencialmente feita à semelhança do Criador, reproduz o ato criativo pela magia da palavra. Por meio de símbolos sonoros que se transformam em linguagem, idéias podem ser expressas. Estas sugerem imagens primordiais, as quais, uma vez desenhadas, plantam a semente da escrita, que se desenvolvera sob os mais diversos aspectos gráficos nas diferentes culturas.
Assim nasceu o Tarô e a Astrologia. Junto com a Magia a qual é fruto do pensamento. Já o pensamento se origina da observação. O tarô nasceu do desejo incansável de compreender o ambiente a sua volta. Daí primeiro estudou-se o som, depois as imagens e assim por diante. Tudo esse processo levou muitos séculos até se chegar há um esboço oracular. O método semelhante ao tarô que temos hoje apareceu possivelmente há pelos menos 6.000 anos atrás.
Muito se detiveram a explicar o axioma mágico “No raio de sua ação, o Verbo cria”, entre eles o abade francês Alphonse-Louis Constant (1816-1875), cujo nome iniciático é Eliphas Levi, mago cabalista que se destacou na historia do ocultismo. Levi legou-nos mais de 200 livros sobre as ciências ocultas, sendo Historia da Magia e Dogma e Ritual da Alta Magia os mais conhecidos. Neste ultimo, discorre em varias partes sobre o poder do Verbo. “Denomina-se Verbo aquilo que exprime o ente e a ação”, diz ele, e “o Verbo é a verdade da vida, que se prova pelo movimento”.
Dos quatro evangelhos, o de João é o único a retomar o tema em seu prólogo: “No principio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus”, o texto nos revela que “O Verbo era a verdadeira luz que vindo ao mundo, ilumina todo homem”. Eliphas Levi viu no Fiat Lux divino a ordem para que o homem abrisse os olhos, para que vislumbrasse a grande consciência por meio de sua inteligência. Esta é miticamente representada por Lúcifer, cujo nome provém do latim lux, “luz”, e phoros, “oque carrega”, indicando o seu papel de anjo portador da Lua, equivalente do Prometeu clássico.
Os conhecimentos foram ocultados, mas permaneceram no inconsciente da alma, por isso ressurge nas lembranças e se revelam através do subconsciente por meio de manifestações mediúnicas. Por isso só os escolhidos e iniciados tem a assistência da Hierarquia Superior, a qual traz revelações necessárias a evolução espiritual.
Luz na mente e paz no espírito.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
O pensamento mágico é a primeira operação da mente e é o alicerce de todas as religiões e civilizações emergentes, que, por sua vez, desenvolveram suas artes e ciências. Estas últimas são hoje capazes de proceder maravilhas cada vez mais próximas do ato mágico da Criação. Afinal, estamos à porta de decifrar o mistério do código genético, de descerrar o véu sagrado do proteoma. A Serpente está prestes a morder o próprio rabo, sinal de eminente sincronicidade.
O prenuncio do oroboro sempre põe em xeque nossos valores mais profundos, por isso a humanidade, tão dependente de sua fantástica tecnologia, nunca se viu tão centrada em seu renascido interesse pela magia. Talvez o faça por instinto de sobrevivência. Ademais, o fim da magia seria o fim da própria humanidade. Nenhuma cultura sobrevive sem ela e o seu desaparecimento seria a dissolução do mais arcaico modo de pensar.
Pensamentos e linguagem são totalmente permeados por magia. O homem pré-histórico percebia em seu mundo uma fusão incompreensível de fenômenos sonoros atrelados às imagens. Ele “via” sons no correr do regato, no balançar das arvores, no andar dos bichos no ribombar das tempestades, nos golpes de luta, no rolar das pedras; todas essas entidades estavam tão vivas quanto ele próprio.
A partir desse universo acústico, uma serie de símbolos sonoros pôde ser criado na tentativa de reproduzir os eventos naturais, o que fez surgir a linguagem. A antropologia e a semiótica esclarecem que os nomes dados às coisas pelos homens pré-históricos revelavam-nas “em si” e declaravam seu verdadeiro som, seu modo de ser, conforme a natureza era percebida.
Foi dessa observação dos fenômenos naturais que nasceu o culto aos orixás, a criação do Tarô e diversas outras práticas mágicas. As quais foram muito bem estudadas pelos celtas, caldeus, essênios e egípcios séculos depois, mas infelizmente encontramos hoje essas tradições deturpadas e corrompidas.
Com essa observação atenta deu ao homem o poder de diferenciar-se do ambiente à sua volta por meio da linguagem e ao nomear as coisas tornou real sua inserção no mundo, passando a explorá-lo, a partir da porta da caverna, cada vez com mais amplos horizontes. A formação de conceitos simbólicos é sempre um ato criativo em sua concepção.
A linguagem, paradoxalmente, tanto expressa a consciência humana como dá conta de seus limites, já que sabemos existir experiências transcendentais que, a despeito do avanço das ciências, permanecem inatingíveis pela simples razão. Para o homem pré-historico, dado o seu estado natural de ignorância lógica, tudo tinha esse caráter mágico inefável. Conforme a aprendia a criar símbolos, melhor dava conta de suas necessidades. E deflagrou-se aí o estopim revolucionário do pensamento humano, a conferir a toda humanidade uma atitude comum, lançando as bases das civilizações.
Tenho por certo que o tarô é tão antigo quanto à humanidade. Ele foi percebido primeiro na mente inconsciente do homem, depois passou a um estado subconsciente e daí passou para a consciência humana. No entanto esse processo durou séculos para que o homem viesse entender de forma mais palpável todos esses conceitos pra depois passar através do pensamento mágico criador a confecção de símbolos descritivos.
Até a criação real num plano mais terreno do tarô o homem levou muitos anos pra entendê-lo, pois foi obrigado por sua curiosidade e necessidade a estudar todas as configurações de cada arcano. Alem disso o pensamento se direcionava há varias direções o que trouxe a necessidade de estudar todo simbolismo de varias maneiras. Nesse processo de observação ele teve que estudar a simbologia gráfica mais condizente com o que lhe era passado através de visões. Depois ainda tinha a configuração numérica, sonora e o significado mais alinhado do nome com o arcano.
Em especial o estudo dos sons é o mais complexo de todos os segredos magisticos em qualquer filosofia oculta. Na umbanda ou no esoterismo a configuração mântrica tem um sentido muito especial e tem que vibrar perfeitamente harmônica com a configuração tântrica dos rituais.
Até mesmo nas crenças cristãs vemos a importância das orações cantadas através de hinos de louvores. O Canto Gregoriano é com certeza um das mais belas formas de louvores criadas pelo homem a Criador. As Escrituras também nos fala sobre o Côro dos Anjos no Céu.
Desde que o primeiro rasgo de pensamento se desprendeu da fonte de inconsciência de si mesmo em que estava imerso o homem se viu diante da Lei e proibições. – O que em termos bíblicos corresponde à expulsão de Adão e Eva do Paraíso -, uma fenda atemporal foi aberta pela espada flamejante do arcanjo Miguel, que escoltou o casal até a saída, e nela se prendeu o elo primordial da magia.
“Onde se prendeu a magia?” possivelmente “Na fenda do tempo, na espada do arcanjo ou na saída do Éden?” isso não sabemos precisar, mas suponho que o elo original está preso à nossa própria capacidade de reflexão, ampliada pelo universo lúdico e criador da linguagem. Quero dizer com isso que o Verbo da Criação é mágico em sua natureza e mais que isso, ele é divino.
A mente mágica que trazemos, herdeira legitima do estado de pureza original, é algo notável; essencialmente feita à semelhança do Criador, reproduz o ato criativo pela magia da palavra. Por meio de símbolos sonoros que se transformam em linguagem, idéias podem ser expressas. Estas sugerem imagens primordiais, as quais, uma vez desenhadas, plantam a semente da escrita, que se desenvolvera sob os mais diversos aspectos gráficos nas diferentes culturas.
Assim nasceu o Tarô e a Astrologia. Junto com a Magia a qual é fruto do pensamento. Já o pensamento se origina da observação. O tarô nasceu do desejo incansável de compreender o ambiente a sua volta. Daí primeiro estudou-se o som, depois as imagens e assim por diante. Tudo esse processo levou muitos séculos até se chegar há um esboço oracular. O método semelhante ao tarô que temos hoje apareceu possivelmente há pelos menos 6.000 anos atrás.
Muito se detiveram a explicar o axioma mágico “No raio de sua ação, o Verbo cria”, entre eles o abade francês Alphonse-Louis Constant (1816-1875), cujo nome iniciático é Eliphas Levi, mago cabalista que se destacou na historia do ocultismo. Levi legou-nos mais de 200 livros sobre as ciências ocultas, sendo Historia da Magia e Dogma e Ritual da Alta Magia os mais conhecidos. Neste ultimo, discorre em varias partes sobre o poder do Verbo. “Denomina-se Verbo aquilo que exprime o ente e a ação”, diz ele, e “o Verbo é a verdade da vida, que se prova pelo movimento”.
Dos quatro evangelhos, o de João é o único a retomar o tema em seu prólogo: “No principio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus”, o texto nos revela que “O Verbo era a verdadeira luz que vindo ao mundo, ilumina todo homem”. Eliphas Levi viu no Fiat Lux divino a ordem para que o homem abrisse os olhos, para que vislumbrasse a grande consciência por meio de sua inteligência. Esta é miticamente representada por Lúcifer, cujo nome provém do latim lux, “luz”, e phoros, “oque carrega”, indicando o seu papel de anjo portador da Lua, equivalente do Prometeu clássico.
Os conhecimentos foram ocultados, mas permaneceram no inconsciente da alma, por isso ressurge nas lembranças e se revelam através do subconsciente por meio de manifestações mediúnicas. Por isso só os escolhidos e iniciados tem a assistência da Hierarquia Superior, a qual traz revelações necessárias a evolução espiritual.
Luz na mente e paz no espírito.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
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