Os
Orixás são entidades divinas conhecidas em alguns cultos religiosos
africanos, e que foram trazidos para o Brasil com a vinda dos negros
escravos, desenvolvendo-se aqui de maneira própria.
Essas divindades são seres intermediários entre o Deus Supremo e o mundo terrestre, o nosso mundo. O Deus Supremo é o principio criador, conhecido como Olorum ou Olodumaré. Eles também são identificados com os elementos da natureza, de forma que existem orixás da água, do fogo, da terra e do ar, como ocorre, por exemplo, com os signos astrológicos.
Alguns pesquisadores afirmam que, na África, eram conhecidas cerca de 600 divindades, mas, quando trazidos para o Brasil, transformou-se em apenas cerca de 50, dos quais 16 seriam conhecidos no Candomblé. Nem todos concordam com os 16 orixás conhecidos no candomblé brasileiro.
A confusão com relação ao numero exato de divindades existentes no culto é atribuída, geralmente, ao fato de não haver qualquer registro escrito sobre eles, seguindo a tradição africana de transmissão oral de informações, de geração em geração. Também torna mais difícil estabelecer números reais, o fato dos cultos terem sofrido muitas alterações depois de trazidos para o Brasil.
Um bom exemplo das diferenças existentes entre os cultos brasileiros e os originais africanos é mostrado pelos historiadores através do culto a Oxossi, originalmente um orixá dos reis de Ketu, região que foi invadida em 1789 pelo povo Daomé. Muitos dos que foram feitos escravos nessa oportunidade vieram parar no Brasil, trazendo com eles o culto a Oxossi, onde existe até hoje. No entanto, Ketu foi arrasada um século depois, e o culto a Oxossi praticamente desapareceu na África, ainda que no Brasil seja bastante conhecido.
E é assim que existem diferenças entre os cultos da Bahia, do Maranhão e do norte e do nordeste brasileiro. Mas o costume é entender-se que a tradição dos Iorubas é que domina o cenário do culto aos orixás no Brasil.
Os deuses africanos assim como os gregos, não estão divididos em compartimentos rígidos, entre o bem e o mal absolutos, como ocorre com oposição entre o santo e o demoníaco cristão. Os orixás apresentam características de personalidade muito próximas, ou mesmo exatamente iguais as humanas, revelando tanto seus pontos fortes quanto seu lado fraco, seus acertos e seus erros, qualidades que compartilham com seus filhos na Terra.
Da mesma forma, a sexualidade é vista de forma completamente diversa da religião crista, para a qual tudo que esteja associado ao sexo ou à sensualidade, estará quase certamente associado ao mal, o que já é mostrado até mesmo na historia bíblica de Adão e Eva. Como ocorre com os deuses gregos, os orixás brigam entre si, casam-se e separam-se, tem crises de personalidade, tem os ânimos exaltados, matam, e deixam-se levar por suas paixões com imensa facilidade, uns mais do que outros, uma vez que não podem ser esculpidos numa mesma forma, como os santos católicos, aos quais não podem ser atribuídos esses comportamentos exaltados e pecaminosos.
Na verdade isso tudo são mitos dos ancestrais que evoluíram a categoria de orixás, pois os orixás criadores vêm do Reino Virginal e são eles quem governa a Hierarquia sem nunca terem encarnados. Os orixás dessas histórias são personagens que revelam arquétipos de pessoas que se tornaram orixás através da evolução. E essas características podem se apresentarem nos filhos desses orixás exigindo que eles as superem para evoluírem espiritualmente.
Durante muito tempo o culto aos orixás – assim como muitas outras formas de cultos e religiões, da Ásia, da Indonésia e de varias ilhas do Pacifico, por exemplo – sempre foram classificadas como religiões primitivas. Da mesma forma que muitas religiões antigas da Europa foram consideradas pagas. O que parecem ter em comum é um contato muito maior com a natureza e, consequentemente, com as forças ou energias a ela correspondentes ou associadas.
Uma coisa que contribuiu com isso é o fato de elas utilizarem em seus próprios rituais o sacrifício de animais, que a Igreja CATÓLICA desde muito tem associado ao culto ao demônio. Como uma forma de impedir a realização das cerimônias e, consequentemente, chamar os “fieis” para suas próprias cerimônias, onde a presença do sangue foi estilizada através do vinho.
A quantidade de deuses também provoca criticas, pois só se prega a existência de um único Deus. Isso porque eles não vêem que o que rege o Universo é uma Hierarquia, mas claro tem sim um Deus Supremo.
Como forças energéticas os orixás, para manifestarem-se aos seres humanos, utilizam-se da incorporação, ou como alguns preferem chamar, possessão. Mas essa não é a única forma. O ser humano escolhido pelo orixá é chamado de “elegum”, e deve ser um de seus descendentes. Dessa forma, estabelece-se o vinculo entre o imaterial e o material, e o orixá, desprovido de corpo material, pode momentaneamente entrar em contato com o mundo material, recebendo as saudações de seus descendentes, e saudando-os.
A representação do axé, ou poder de cada orixá, deve ser guardada numa pedra, conhecida como “otá”, que é mantida numa vasilha sob os cuidados do babalorixá ou pai-de-santo. A influencia dos orixás pode estender-se a todos os aspectos gerais, como saúde, até os mais específicos. Como cada orixá tem uma atuação mais “forte” em determinadas áreas, aquelas às quais está tradicionalmente associado, deve-se então recorrer a orixás diferentes, conforme a situação. Entre os rituais e cerimônias necessárias para a consulta aos orixás e aos pedidos, está o preparo das comidas às quais cada um deles está associado.
Os pratos são preparados com a ajuda do babalorixá. Ele devera acompanhar o filho-de-santo até o local apropriado, onde a comida será oferecida, quando deverá ocorrer o contato entre o orixá e seu filho. Essas oferendas devem ser renovadas de tempos em tempos, variando conforme o caso.
Um passo seguinte é a chamada iniciação, um processo complicado e longo, durante o qual o iniciado poderá ficar recolhido ao terreiro por meses até. Segundo os estudiosos do Candomblé, nesse período o iniciado estará entorpecido através da utilização de plantas especiais, de modo que a identidade e o comportamento de seu orixá poderá se fixar em seu inconsciente. Após esse período, diz-se, a pessoa retoma seu modo normal de vida, porem estará particularmente sensível aos ritmos do atabaque referentes ao seu orixá, de modo que estes funcionarão como o estimulo que levara a pessoa, no movimento apropriado, a entrar em transe. O ponto Maximo da fase de iniciação devera ser o seu nome no candomblé, o novo nome que recebeu.
Depois de seguidas essas e outras fases de iniciação, ainda existe uma serie de regras que devem ser seguidas, como freqüentarem o terreiro com regularidade, assumir seu lugar na hierarquia do terreiro e cumprir as funções que lhes são devidas dentro desta hierarquia.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e pesquisador.
Essas divindades são seres intermediários entre o Deus Supremo e o mundo terrestre, o nosso mundo. O Deus Supremo é o principio criador, conhecido como Olorum ou Olodumaré. Eles também são identificados com os elementos da natureza, de forma que existem orixás da água, do fogo, da terra e do ar, como ocorre, por exemplo, com os signos astrológicos.
Alguns pesquisadores afirmam que, na África, eram conhecidas cerca de 600 divindades, mas, quando trazidos para o Brasil, transformou-se em apenas cerca de 50, dos quais 16 seriam conhecidos no Candomblé. Nem todos concordam com os 16 orixás conhecidos no candomblé brasileiro.
A confusão com relação ao numero exato de divindades existentes no culto é atribuída, geralmente, ao fato de não haver qualquer registro escrito sobre eles, seguindo a tradição africana de transmissão oral de informações, de geração em geração. Também torna mais difícil estabelecer números reais, o fato dos cultos terem sofrido muitas alterações depois de trazidos para o Brasil.
Um bom exemplo das diferenças existentes entre os cultos brasileiros e os originais africanos é mostrado pelos historiadores através do culto a Oxossi, originalmente um orixá dos reis de Ketu, região que foi invadida em 1789 pelo povo Daomé. Muitos dos que foram feitos escravos nessa oportunidade vieram parar no Brasil, trazendo com eles o culto a Oxossi, onde existe até hoje. No entanto, Ketu foi arrasada um século depois, e o culto a Oxossi praticamente desapareceu na África, ainda que no Brasil seja bastante conhecido.
E é assim que existem diferenças entre os cultos da Bahia, do Maranhão e do norte e do nordeste brasileiro. Mas o costume é entender-se que a tradição dos Iorubas é que domina o cenário do culto aos orixás no Brasil.
Os deuses africanos assim como os gregos, não estão divididos em compartimentos rígidos, entre o bem e o mal absolutos, como ocorre com oposição entre o santo e o demoníaco cristão. Os orixás apresentam características de personalidade muito próximas, ou mesmo exatamente iguais as humanas, revelando tanto seus pontos fortes quanto seu lado fraco, seus acertos e seus erros, qualidades que compartilham com seus filhos na Terra.
Da mesma forma, a sexualidade é vista de forma completamente diversa da religião crista, para a qual tudo que esteja associado ao sexo ou à sensualidade, estará quase certamente associado ao mal, o que já é mostrado até mesmo na historia bíblica de Adão e Eva. Como ocorre com os deuses gregos, os orixás brigam entre si, casam-se e separam-se, tem crises de personalidade, tem os ânimos exaltados, matam, e deixam-se levar por suas paixões com imensa facilidade, uns mais do que outros, uma vez que não podem ser esculpidos numa mesma forma, como os santos católicos, aos quais não podem ser atribuídos esses comportamentos exaltados e pecaminosos.
Na verdade isso tudo são mitos dos ancestrais que evoluíram a categoria de orixás, pois os orixás criadores vêm do Reino Virginal e são eles quem governa a Hierarquia sem nunca terem encarnados. Os orixás dessas histórias são personagens que revelam arquétipos de pessoas que se tornaram orixás através da evolução. E essas características podem se apresentarem nos filhos desses orixás exigindo que eles as superem para evoluírem espiritualmente.
Durante muito tempo o culto aos orixás – assim como muitas outras formas de cultos e religiões, da Ásia, da Indonésia e de varias ilhas do Pacifico, por exemplo – sempre foram classificadas como religiões primitivas. Da mesma forma que muitas religiões antigas da Europa foram consideradas pagas. O que parecem ter em comum é um contato muito maior com a natureza e, consequentemente, com as forças ou energias a ela correspondentes ou associadas.
Uma coisa que contribuiu com isso é o fato de elas utilizarem em seus próprios rituais o sacrifício de animais, que a Igreja CATÓLICA desde muito tem associado ao culto ao demônio. Como uma forma de impedir a realização das cerimônias e, consequentemente, chamar os “fieis” para suas próprias cerimônias, onde a presença do sangue foi estilizada através do vinho.
A quantidade de deuses também provoca criticas, pois só se prega a existência de um único Deus. Isso porque eles não vêem que o que rege o Universo é uma Hierarquia, mas claro tem sim um Deus Supremo.
Como forças energéticas os orixás, para manifestarem-se aos seres humanos, utilizam-se da incorporação, ou como alguns preferem chamar, possessão. Mas essa não é a única forma. O ser humano escolhido pelo orixá é chamado de “elegum”, e deve ser um de seus descendentes. Dessa forma, estabelece-se o vinculo entre o imaterial e o material, e o orixá, desprovido de corpo material, pode momentaneamente entrar em contato com o mundo material, recebendo as saudações de seus descendentes, e saudando-os.
A representação do axé, ou poder de cada orixá, deve ser guardada numa pedra, conhecida como “otá”, que é mantida numa vasilha sob os cuidados do babalorixá ou pai-de-santo. A influencia dos orixás pode estender-se a todos os aspectos gerais, como saúde, até os mais específicos. Como cada orixá tem uma atuação mais “forte” em determinadas áreas, aquelas às quais está tradicionalmente associado, deve-se então recorrer a orixás diferentes, conforme a situação. Entre os rituais e cerimônias necessárias para a consulta aos orixás e aos pedidos, está o preparo das comidas às quais cada um deles está associado.
Os pratos são preparados com a ajuda do babalorixá. Ele devera acompanhar o filho-de-santo até o local apropriado, onde a comida será oferecida, quando deverá ocorrer o contato entre o orixá e seu filho. Essas oferendas devem ser renovadas de tempos em tempos, variando conforme o caso.
Um passo seguinte é a chamada iniciação, um processo complicado e longo, durante o qual o iniciado poderá ficar recolhido ao terreiro por meses até. Segundo os estudiosos do Candomblé, nesse período o iniciado estará entorpecido através da utilização de plantas especiais, de modo que a identidade e o comportamento de seu orixá poderá se fixar em seu inconsciente. Após esse período, diz-se, a pessoa retoma seu modo normal de vida, porem estará particularmente sensível aos ritmos do atabaque referentes ao seu orixá, de modo que estes funcionarão como o estimulo que levara a pessoa, no movimento apropriado, a entrar em transe. O ponto Maximo da fase de iniciação devera ser o seu nome no candomblé, o novo nome que recebeu.
Depois de seguidas essas e outras fases de iniciação, ainda existe uma serie de regras que devem ser seguidas, como freqüentarem o terreiro com regularidade, assumir seu lugar na hierarquia do terreiro e cumprir as funções que lhes são devidas dentro desta hierarquia.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e pesquisador.
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