Desvendar a personalidade das pessoas que nos cercam é cada vez mais importante na atualidade, pois ajuda a entender seu comportamento, bem como a prever as atitudes que delas podemos esperar. Outrossim, ajuda a precavermo-nos de certas situações embaraçosas que surgem no convívio social ou profissional.
Para o autor, Mario Cesar Barcellos, a formação da personalidade humana além de estar ligada aos vários fatores apontados pela Psicologia, como por exemplo, as características hereditárias ou adquiridas, também está relacionada às causas místicas e naturais, expressadas no candomblé, na força dos orixás. Essas divindades do panteão afro-brasileiro seriam as principais responsáveis pelo que somos e expressamos, sendo por essa razão, necessário a determinação do orixá de cabeça, para a compreensão de nossas personalidades.
O grande erro é ver a mediunidade e interferência das divindades nos médiuns como patologia. Isso usado por muitos Psiquiatras céticos que estudam esses fenômenos.
Os fenômenos de transe e possessão despertaram o interesse da comunidade psiquiátrica brasileira, gerando posturas diversificadas. Objetivos: Descrever e analisar como os fenômenos de transe e possessão foram tratados pelos psiquiatras brasileiros: seu impacto na teoria, na pesquisa e na prática clínica entre 1900 e 1950. Método: Análise de artigos científicos e leigos, teses e livros sobre transes e possessões produzidos pelos psiquiatras brasileiros entre 1900 e 1950.
Resultados: Identificam-se duas correntes de pensamento entre os psiquiatras. A primeira, vinculada às Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e São Paulo, sob forte influência de autores franceses, deteve-se mais na periculosidade do espiritismo para a saúde mental. Defendia a adoção de medidas repressivas com o poder público.
O segundo grupo de psiquiatras, ligado às Faculdades de Medicina da Bahia e Pernambuco, embora não desconsiderasse o caráter patológico ou “primitivo” dos fenômenos de transe e possessão, apresentou uma visão mais antropológica e culturalista. Considerando tais fenômenos como manifestações étnicas ou culturais, alguns defenderam o controle médico e a educação do povo para o abandono dessas práticas “primitivas”. Outros não consideravam os fenômenos mediúnicos como desencadeadores da loucura, mas manifestações não-patológicas de um universo cultural, além de não vinculá-los ao atraso cultural da população.
Conclusões: As religiões mediúnicas foram objeto de estudo por longo período, resultando hipóteses e práticas diferenciadas por parte da comunidade psiquiátrica brasileira, constituindo-se oportunidade privilegiada para o estudo do impacto dos fatores socioculturais na atividade psiquiátrica.
Na primeira metade do século XX, os alienistas julgavam-se em condições privilegiadas para definir os rumos e as regras de funcionamento da sociedade. Entre os diversos focos de investigação e análise, os fenômenos de transe e possessão, fomentados pelas religiões mediúnicas, despertaram grande interesse da comunidade psiquiátrica brasileira, gerando posturas diversificadas. Identificam-se, entre os psiquiatras, quatro abordagens sobre os fenômenos de transe e possessão: prejudiciais para a saúde mental, fraude e exploração da credulidade pública; associação com a histeria e o atraso cultural; benéficos para a restauração e manutenção da saúde, mas ainda associados ao atraso cultural; nenhuma ligação com danos para a saúde e com baixo nível cultural.
A comunidade psiquiátrica pertencente ao eixo Rio de Janeiro-São Paulo adotou uma postura mais “medicalizante”, influenciada principalmente por autores franceses. Enfatizou o papel das religiões mediúnicas como causa de loucura, chegando a considerá-la a terceira maior causa de alienação mental. O psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro Henrique Roxo criou uma nova classe diagnóstica intitulada “delírio espírita episódico”.
O combate às práticas mediúnicas teve destaque como medida de promoção da “higiene mental”, cobrando a atuação do poder público no sentido de intensificar a repressão sobre tais práticas.
Alguns psiquiatras vinculados às Faculdades de Medicina da Bahia e de Pernambuco, embora geralmente considerando o caráter patológico ou “primitivo” de tais fenômenos, apresentaram uma visão mais antropológica. Destacaram os aspectos socioculturais envolvidos nos fenômenos de transe e possessão, e a busca de entendimento do comportamento humano.
Essa corrente não preconizou medidas repressivas policiais nem judiciais, mas um maior respeito a essas práticas, consideradas manifestações religiosas étnicas ou culturais.
Em resumo, considera como típicos da estrutura fenomenológica apresentada nos quadros de possessão: alteração qualitativa de consciência causada por sugestão e manifestada por estado sonambúlico, modificações nesse estado por meio de respostas verbais e físicas dadas às injunções sugestivas feitas por uma figura de autoridade, assunção temporária de outras identidades, confusão mental ou sonolência, além de grande desgaste físico e amnésia ao sair do processo. Além dessa forma “clássica” do estado-de-santo, observa que as manifestações poderiam ser frustras ou incompletas, mas também se prolongar em “delírio furioso e duradouro”, o que ele considera “desvios, aberrações do verdadeiro estado-de-santo” (Nina Rodrigues, 1935, p. 109).
Essa opinião além de ridícula, se a pois a uma analise feita pelo foco da ciência humana, que nada tem de concreto, pra desaprovar ou descartar o fenômeno mediúnico.
No fundo o chamado que uma pessoa sente para estudar psicologia e psiquiatria, já um tipo de dom e vontade de se compreender, por o individuo sente vontade de compreender mais além do que a visão normal do dia, que mostra o homem como um simples organismo vivo sem alma. Na verdade todo aquele que se presta a estudar psicologia é sem duvida um médium que tenta encontrar um escape da espiritualidade para conviver com um ceticismo cego e caótico.
Para Nina Rodrigues, o estado-de-santo seria sempre sugestivo, mas nem sempre histérico, pois acreditava que estados semelhantes de “estreitamento do campo de consciência” (ele usa aqui o conceito de Pierre Janet) surgiriam em outras condições mórbidas, como em neurastênicos – sujeitos em estado de esgotamentos físico e mental permanentes e progressivos – e em deficientes mentais.
Na verdade o que esgota uma pessoa e que estou cansado de ver, são as drogas, tanto licitas quanto ilícitas. Vejo muitas pessoas que tem forte necessidade de desenvolver sua espiritualidade e trabalhar sua mediunidade e que não tendo oportunidade, são vistas como loucas sendo vitimas dos próprios parentes se tornam intoxicadas de remédios, tornando-se infelizmente em zumbis que praticamente só vegetam.
Com relação aos fenômenos mediúnicos das chamadas “seitas espíritas”, surgidas em contextos urbanos modernos, o autor supôs que teriam causas e mecanismos similares aos que descrevera para os estados-de-santo, mas não os observou nem estudou em detalhes (Nina Rodrigues, 1935).
Comenta sobre a “loucura espírita” em artigo sobre as “loucuras epidêmicas no Brasil” (1901), em que se vale de informações fornecidas pelo psiquiatra paulista Francisco Franco da Rocha.
A maior crítica que dirige aos praticantes do espiritismo, sobretudo aos “chefes de seita”, é a de estimularem fenômenos psicopatológicos latentes, o que sob certas condições poderia conduzir à loucura coletiva ou ao crime – crítica comum entre os alienistas europeus citados pelo médico brasileiro (Nina Rodrigues, 1939).
O que Nina não observou por sua vez, é que muitas curas também são apresentadas e muitos passam a se sentir muito melhor, depois que começa a trabalhar sua espiritualidade com o desenvolvimento da mediunidade. Mas, em alguns pontos eu concordo com ele: pois quando essas praticas ganham as cores do fanatismo, sectarismos, egocentrismos e sensacionalismos, as consequências apresentadas podem ser muito graves.
Sobre a religião do candomblé, a despeito de atribuir a origem de seus transes e possessões a um mecanismo mental patológico, pode-se dizer que Nina Rodrigues considerava que esses fenômenos poderiam ter valor psicológico positivo, por seus efeitos catárticos, e por se apresentarem de forma ritualizada e altamente controlada pelo grupo religioso, em especial pelos pais-de-terreiro. Além disso, pensava que tais manifestações religiosas satisfariam as necessidades emocionais “primitivas” dos seus adeptos, e não deveriam ser reprimidas.
Na verdade temos que concordar em alguns aspectos com a visão dos analistas. Pois, tudo mudo e precisa se adequar ao tempo. Ou seja, tudo tem que evoluir, se aperfeiçoar e não pode ficar preso no tempo as normas até o fim das eras. Tudo tem que ser evoluído ao que venha colaborar e não retroceder o crescimento espiritual do ser humano. É por causa da dureza da tradição e da forma ditatória de certos lideres religiosos que se fabricam ainda nos dias de hoje, grande intolerância, homens bombas e terroristas desvairados.
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