Cientistas russos desenvolvem novo método para o tratamento de doenças como a leucoplasia. O procedimento inovador combina métodos de diagnóstico fluorescente e terapia fotodinâmica.
Pesquisadores da Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear do Instituto de Engenharia Física de Moscou (NIYaU-MEPhI, na sigla em russo), em parceira com colegas da área de medicina, desenvolveram um novo método para tratamento da leucoplasia.
A descoberta foi descrita em um artigo publicado na revista Photodiagnosis and Photodynamic Therapy.
Os pesquisadores combinaram métodos de diagnóstico fluorescente e terapia fotodinâmica. No procedimento, os cientistas umedecem gazes com solução de substância fotossensível (fotossensibilizador) e as aplicam na neoplasia por 2 a 3 horas.
As células patológicas são capazes de acumular esse tipo de substância em quantidades muito superiores às que acumulam as células saudáveis.
Por isso, após a aplicação, grande parte do fotossensibilizador deixa as células saudáveis, mas permanecem nas células doentes.
A área afetada é, em seguida, exposta à radiação combinada de pulsos de luz curtos e potentes e irradiação de luz vermelha suave, emitida por diodos emissores.
© FOTO / EVERYTHINGPOSS
O conceito da medicina do futuro
O fotossensibilizador absorve a radiação e ativa o oxigênio molecular dissolvido nos tecidos do organismo. O oxigênio passa do estado de multiplicidade triplete para o estado singleto, no qual ele possui poderosas propriedades oxidantes.
Neste estado, ele destrói as células do tecido patológico e cria condições propícias para a ativação da imunidade. A luminosidade resultante do estímulo do fotossensibilizador é registrada utilizando métodos espectroscópicos, que permitem determinar com precisão os limites do tecido afetado.
"A terapia fotodinâmica é um método que preserva o órgão na qual a doença se manifesta e que já provou ser eficiente, dados os resultados positivos obtidos em mais de 700 pacientes", explicou o diretor interino do Departamento de Micro, Nano e Biotecnologias a Laser da NIYaU-MEPhI, Viktor Loschenov.
Segundo ele, os resultados das abordagens utilizadas sugerem que essa tecnologia inovadora poderá contribuir de diversas formas, tanto na prevenção de formações malignas nos tecidos, quanto no tratamento da leucoplasia.
O próximo passo para os cientistas é aprimorar o método, a fim de criar uma tecnologia que avalie com precisão qual a eficácia da exposição a laser em toda a área irradiada. Isso permitirá que se evite tanto a subexposição, que poderia levar à recaída, como a superexposição, que em alguns casos poderia levar à necrose.
Esse fator é muito relevante para o uso da terapia fotodinâmica em casos mais graves, como em doenças cancerosas ou estados pré-cancerosos do colo do útero.
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