Segundo
Wölfflin, o efeito dramático de A Última Ceia depende inteiramente da
disposição e do movimento das figuras, e não da expressão de seus
rostos. Leonardo cria uma economia na distribuição dos papéis que as
figuras desempenham de acordo com os motivos que a definem. As figuras
laterais na cabeceira da mesa são mais quietas. Em seguida inicia-se a
movimentação, que vai crescendo nos grupos postados
ao lado de Cristo, cujo vizinho esquerdo separa os braços num gesto
largo, "como se subitamente visse o abismo aberto diante de si"; do lado
direito, bem junto ao Salvador, Judas recua com um movimento repentino.
Os contrastes foram pensados também, João sentado no mesmo grupo de
Judas.
Os pintores antigos haviam representado o momento da comunhão como um momento de paz em que cada apóstolo deveria ter desejado estar sozinho para mergulhar em seus pensamentos. Leonardo escolheu o momento terrível em que Jesus diz: "Um de vocês me trairá". Imediatamente aquela fileira de indivíduos serenos foi unida pela emoção. Por isso, o sentido da unidade e do drama são as qualidades essenciais que diferenciam a obra de Leonardo das representações anteriores.
Leonardo cria uma soma enorme de expressões inteiramente novas, buscando revelar a intensidade inaudita dessas expressões. Por isso, abandona o uso de acessórios dispersivos. Diferente de Ghirlandaio, que oferece plantas raras, aves e animais e, ainda, os detalhes da mesa como entretenimento adicional, Leonardo espera que a tensão dramática seja o único foco do espectador.
No gesto de Cristo e em sua figura há uma calma e majestade aristocráticas. O que diferencia a obra de Leonardo das antigas representações é o papel que Cristo desempenha no conjunto do quadro. Leonardo conserva a frase durante toda a cena do quadro, pois ela é a força motriz dos personagens, que propaga-se dinamicamente pelo grupo.
O principal meio usado por Leonardo para a sua composição é não deixar que nada distraia o olho do tema principal. Diz Leonardo no seu Tratado de Pintura: "Na pintura histórica, jamais coloque muitos ornamentos em suas figuras ou em seu cenário, pois confundirá a forma e as atitudes das figuras ou o caráter essencial da cena".
Há na composição despojamento e severidade, o que não ocorreu na arquitetura fantasista e decorativa das representações das obras dos artistas anteriores à composição de A Última Ceia. O ponto de fuga da perspectiva está centrado na figura principal. Cada forma e cada gesto convergem para ele. É a mais literária de todas as grandes pinturas, uma das poucas cujo efeito pode ser largamente transmitido pela descrição. É o oposto dos grandes pintores decorativos, como Paolo Veronese, nas quais os elementos são escolhidos mais por seu efeito decorativo do que por sua expressão.
Os pintores antigos haviam representado o momento da comunhão como um momento de paz em que cada apóstolo deveria ter desejado estar sozinho para mergulhar em seus pensamentos. Leonardo escolheu o momento terrível em que Jesus diz: "Um de vocês me trairá". Imediatamente aquela fileira de indivíduos serenos foi unida pela emoção. Por isso, o sentido da unidade e do drama são as qualidades essenciais que diferenciam a obra de Leonardo das representações anteriores.
Leonardo cria uma soma enorme de expressões inteiramente novas, buscando revelar a intensidade inaudita dessas expressões. Por isso, abandona o uso de acessórios dispersivos. Diferente de Ghirlandaio, que oferece plantas raras, aves e animais e, ainda, os detalhes da mesa como entretenimento adicional, Leonardo espera que a tensão dramática seja o único foco do espectador.
No gesto de Cristo e em sua figura há uma calma e majestade aristocráticas. O que diferencia a obra de Leonardo das antigas representações é o papel que Cristo desempenha no conjunto do quadro. Leonardo conserva a frase durante toda a cena do quadro, pois ela é a força motriz dos personagens, que propaga-se dinamicamente pelo grupo.
O principal meio usado por Leonardo para a sua composição é não deixar que nada distraia o olho do tema principal. Diz Leonardo no seu Tratado de Pintura: "Na pintura histórica, jamais coloque muitos ornamentos em suas figuras ou em seu cenário, pois confundirá a forma e as atitudes das figuras ou o caráter essencial da cena".
Há na composição despojamento e severidade, o que não ocorreu na arquitetura fantasista e decorativa das representações das obras dos artistas anteriores à composição de A Última Ceia. O ponto de fuga da perspectiva está centrado na figura principal. Cada forma e cada gesto convergem para ele. É a mais literária de todas as grandes pinturas, uma das poucas cujo efeito pode ser largamente transmitido pela descrição. É o oposto dos grandes pintores decorativos, como Paolo Veronese, nas quais os elementos são escolhidos mais por seu efeito decorativo do que por sua expressão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário