A limitação das escolas tradicionais como o sufismo e algumas formas de ioga, é achar que um mestre ou guru é absolutamente imprescindível para dar à luz a consciência espiritual. É claro que uma parteira é uma mão na roda e um hospital totalmente equipado é melhor ainda. Mas, quando não há uma parteira à mão ou hospital algum por perto, nem por isso os bebês deixam de nascer. Pelo método natural, que é mais perigoso e difícil, mais doloroso e mais sujo, porque o nascimento se dá inter faeces et urinam, no dizer de Santo Agostinho - mas se dá. Às vezes são natimortos, outras vezes não sobrevivem - mas nascem. E os que sobrevivem compensam as dificuldades do parto natural desenvolvendo uma saúde mais robusta e maior resistência física.
Uma vez, perguntaram a um mestre zen como saber se uma pessoa atingiu a iluminação. Ele respondeu: "Se você diferencia entre iluminados e não-iluminados, não atingiu”.
A lógica da iniciação vai mais ou menos por aí. Se você distingue entre este mundo e o outro é porque ainda não atingiu a iniciação suprema. Mesmo o gnosticismo - pelo menos, o gnosticismo valentiniano - diz isso. Apesar de, quando encarado superficialmente, ele parecer um dualismo radical, demonizando o mundo e a carne (o que confunde os especialistas até hoje), Valentino dizia com todas as letras que, quando você obtém a gnose e alcança a redenção, descobre que nunca houve nada do que ser redimido. Voltamos ao pleroma quando nos damos conta de que nunca saímos dele.
O Buda diz a mesma coisa. "O homem torna-se livre quando percebe que sempre foi livre", ele afirmou certa vez. E também costumava dizer que "o samsara é o nirvana e o nirvana é o samsara". Ou, nas palavras do Sutra de Diamante: "Forma é vazio, vazio é forma." Ou, pra não ficar só nos antigos, tem o poeta surrealista Paul Eluard (mais conhecido por ter tido a mulher, Gala, roubada pelo Salvador Dalí): "Há outros mundos, mas estão neste”.
Claro que ficar citando essa pletora de sábios, saber disso intelectualmente, é fácil e ninguém torna-se Adepto Maior decorando essas e outras frases bonitinhas. A grande questão é sentir isso, sentir na carne, saber com o coração - experimentar diretamente que forma é vazio e vazio é forma. É essa experiência direta que é a iluminação, a gnose. Para nós, não-iluminados, o xamã é aquele que consegue cruzar livremente a fronteira entre os mundos, mas para o iluminado, essa fronteira não existe. Há um único mundo, que a consciência iluminada abarca em sua totalidade.
Abrir as portas da percepção é descobrir não só que elas nunca estiveram fechadas, mas que nem existem portas pra começo de conversa. Não, antes que você pergunte, eu também não cheguei lá. Eu sei que a barreira não existe, mas isso não me impede de senti-la, e isso às vezes pode ser exasperante, como o parto-que-nunca-acaba da Kalyandra.
Um dia quando perguntaram a Jesus onde mora o Diabo, ele disse: “em teu coração”. Da mesma forma Jesus também nos deixou claro que o Reino dos Céus está tão próximo que podemos senti-lo dentro de nossa alma.
A evolução só começa quando queremos sentir a elevação do espírito e só termina quando sentirmos que a elevação não é mais necessária. Isso só acontecera quando formos unos com o Criador. Para isso o caminho é o Amor. esse amor não está presente nas pessoas sem que elas se respeitem e se ajudem. Esse amor só será construindo com caridade, humildade e misericórdia. O que poderemos dizer de alguém que tira uma arma e dispara em seu próximo varias vezes até matá-lo? Que nele não existe amor. E ao invés de evoluir ele está se degradando. Vamos evitar não matar, não roubar e nem tentar destruir o amor!
Carlinhos Lima – Astrólogo e Pesquisador.
Uma vez, perguntaram a um mestre zen como saber se uma pessoa atingiu a iluminação. Ele respondeu: "Se você diferencia entre iluminados e não-iluminados, não atingiu”.
A lógica da iniciação vai mais ou menos por aí. Se você distingue entre este mundo e o outro é porque ainda não atingiu a iniciação suprema. Mesmo o gnosticismo - pelo menos, o gnosticismo valentiniano - diz isso. Apesar de, quando encarado superficialmente, ele parecer um dualismo radical, demonizando o mundo e a carne (o que confunde os especialistas até hoje), Valentino dizia com todas as letras que, quando você obtém a gnose e alcança a redenção, descobre que nunca houve nada do que ser redimido. Voltamos ao pleroma quando nos damos conta de que nunca saímos dele.
O Buda diz a mesma coisa. "O homem torna-se livre quando percebe que sempre foi livre", ele afirmou certa vez. E também costumava dizer que "o samsara é o nirvana e o nirvana é o samsara". Ou, nas palavras do Sutra de Diamante: "Forma é vazio, vazio é forma." Ou, pra não ficar só nos antigos, tem o poeta surrealista Paul Eluard (mais conhecido por ter tido a mulher, Gala, roubada pelo Salvador Dalí): "Há outros mundos, mas estão neste”.
Claro que ficar citando essa pletora de sábios, saber disso intelectualmente, é fácil e ninguém torna-se Adepto Maior decorando essas e outras frases bonitinhas. A grande questão é sentir isso, sentir na carne, saber com o coração - experimentar diretamente que forma é vazio e vazio é forma. É essa experiência direta que é a iluminação, a gnose. Para nós, não-iluminados, o xamã é aquele que consegue cruzar livremente a fronteira entre os mundos, mas para o iluminado, essa fronteira não existe. Há um único mundo, que a consciência iluminada abarca em sua totalidade.
Abrir as portas da percepção é descobrir não só que elas nunca estiveram fechadas, mas que nem existem portas pra começo de conversa. Não, antes que você pergunte, eu também não cheguei lá. Eu sei que a barreira não existe, mas isso não me impede de senti-la, e isso às vezes pode ser exasperante, como o parto-que-nunca-acaba da Kalyandra.
Um dia quando perguntaram a Jesus onde mora o Diabo, ele disse: “em teu coração”. Da mesma forma Jesus também nos deixou claro que o Reino dos Céus está tão próximo que podemos senti-lo dentro de nossa alma.
A evolução só começa quando queremos sentir a elevação do espírito e só termina quando sentirmos que a elevação não é mais necessária. Isso só acontecera quando formos unos com o Criador. Para isso o caminho é o Amor. esse amor não está presente nas pessoas sem que elas se respeitem e se ajudem. Esse amor só será construindo com caridade, humildade e misericórdia. O que poderemos dizer de alguém que tira uma arma e dispara em seu próximo varias vezes até matá-lo? Que nele não existe amor. E ao invés de evoluir ele está se degradando. Vamos evitar não matar, não roubar e nem tentar destruir o amor!
Carlinhos Lima – Astrólogo e Pesquisador.