Estudo revelou que, após desastres naturais, aranhas com comportamento mais agressivo têm maior chance de sobreviver.
Ciclones, furacões, tormentas e outros desastres naturais tiram a vida de muita gente e trazem consequências para o homem. No entanto, um grupo de pesquisadores da Universidade McMaster em Ontário, Canadá, resolveu estudar os efeitos de tais cataclismos em aranhas.
A pesquisa
Os pesquisadores escolheram o litoral do México e dos Estados Unidos para observar o comportamento das aranhas durante desastres naturais. Para isso, eles dividiram 240 colônias de aranha em duas categorias.
A primeira era formada por aranhas dóceis, que cuidam de suas crias e compartilham seu alimento para sobreviver. A segunda eram aranhas mais combativas, mais hábeis em conseguir alimento durante períodos de escassez, além de terem um cardápio maior do que as dóceis.
© REUTERS / ALVIN BAEZ
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Os cientistas visitaram o habitat das colônias antes e depois de tais fenômenos. Após um cataclismo ocorrer, o cenário natural muda. Troncos no chão, folhas e pedras em novos lugares, assim como o deslizamento de terras surgem no habitat.
Sendo assim, as aranhas são expostas a um novo ambiente após catástrofes naturais. Além disso, o menor número de presas e a maior exposição ao sol, provocada pela derrubada de árvores, são desafios para o animal, como aponta o estudo.
Nestas condições, os cientistas perceberam que as aranhas agressivas conseguiram se reproduzir mais do que as dóceis. Uma das razões disso seria elas poderem se alimentar com seus ovos e praticar canibalismo.
Estes fatores foram determinantes para a sobrevivência das aranhas mais agressivas, assim como para sua evolução.
Agressividade de geração em geração
Em entrevista à Eurekalert, Jonathan Pruitt, biólogo evolucionista da Universidade de MacMaster, comentou a capacidade de sobrevivência das aranhas agressivas passar de geração em geração.
"A agressividade é passada de geração em geração nestas colônias, de pai para filhos, e é um fator importante para sua sobrevivência e capacidade de se reproduzir", disse o biólogo.
O acadêmico também fez um alerta para a necessidade de se pensar nos efeitos de desastres naturais nas espécies animais.
"À medida que o nível do mar aumenta, a incidência de tormentas tropicais crescerá. Temos que lidar com os impactos ecológicos e evolutivos que estes fenômenos têm nos animais agora mais do que nunca", afirmou Pruitt.
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