Veja aqui alguma coisa traduzida pelo Livro dos Gatos:
A RELIGIÃO DE KEMET: Os antigos egípcios chamavam sua terra Kemet. É de lá que vem Bast. A palavra Egito, ou 'Aegyptos' é de origem grega. A religião de Kemet sempre foi considerada politeísta, mas pesquisas modernas questionam essa classificação e muitos egiptólogos consideram que, como a maioria das religiões indígenas e africanas, Kemet tinha
um só Deus que assumia múltiplas faces, chamadas Nomes pelos ortodoxos. Nesse texto a palavra Nomes é usada em vez da palavra Deuses, de acordo com esse ponto de vista.
BAST, A DEUSA-GATA:Bast é um dos Nomes mais conhecidos e visíveis de Netjer, o Deus de Kemet. É um dos muitos Nomes que representam o Olho de Ra. Bast é um Nome da Segunda Dinastia (2890-2686 a.C.), tem cerca de 5OOO anos. É um dos Nomes mais antigos que se conhece. Sua missão primeira é proteger e vingar. Como Olho de Ra, sua ação é a de executora, sua missão é arrancar os corações dos transgressores e levá-los aos pés do faraó. Daí dá para ver como a imagem da Deusa Fofinha e Feliz do Amor vendida por esotéricos de hoje é falsa. Bast sempre aparece associada ao rei como protetora, traço característico de outros Nomes felinos como Mafdet, protetor dos aposentos do faraó, e Sekhmet, destruidora dos inimigos do rei. Seu papel inicial, proteger, se expande e suaviza mais tarde, à medida que sua imagem é associada aos deuses gregos Hathor e Isis e então ela passa a ser protetora de mulheres grávidas e crianças, invocada em rituais de fertilidade e associada à música e às artes em geral.
VERDADES E MENTIRAS: Bast e Sekhmet não são irmãs:Bast e Sekhmet têm sido associadas desde 1850 AC. Apesar de aparecerem juntas não existem evidências de laços consangüíneos entre elas, nem mesmo para a leitura de que sejam ambas uma só deusa com duas faces, meiga X raivosa. O papel de Bast como vingadora desencoraja essa interpretação. Mesmo nas eras mais recentes Bast ainda aparece carregando o Uadjet e vestindo o Wadjet, o que mostra seu papel de vingadora divina. Nem Sekhmet é o lado zangado de Bast nem Bast é o lado pacífico de Sekhmet. Bast era a Deusa do Norte e seu principal local de adoração eram as terras baixas, enquanto Sekhmet era a Deusa do Sul. As duas, Bast e Sekhmet, representavam o Norte e o Sul, e não a paz e o ódio.
Bast não é a Deusa do Sexo: Por conta da associação moderna entre felinos e mulheres (mulher bonita=gata ou gatinha), Bast é vista como uma deusa da sexualidade feminina. Mas não se deve associar a visão que se tem dos gatos domésticos hoje com a existente no Egito antigo. Sensualidade não deve ser confundida com sexualidade e não existem evidências de que os antigos egípcios associavam gato com sexo. Isso desmente a crença de que Bast seria a Deusa das Lésbicas. Mesmo que essa seja uma idéia simpática não se devem transferir os tabus sexuais de hoje para o Egito Antigo. Se não pelo fato de que a alta taxa de mortalidade infantil naquela época estimulasse o sexo para a reprodução, não existiam motivos para que lá o sexo homossexual fosse tratado como diferente do sexo heterossexual. Isso também elimina a idéia de que os adoradores de Bast se envolviam em rituais de apelo sexual como prostituição religiosa, danças e orgias, divinação através de orgasmos ou strip-tease ritualístico. A prostituição religiosa nunca foi parte da cultura egípcia. As danças eram importantes e muitas sacerdotisas eram músicas e/ou dançarinas, mas sexo dentro do templo era heresia.
Bast não é a Deusa do Prazer: Outra idéia falsa é a de ligar Bast à fruição hedonística geral, o consumo de drogas incluído nessa. Os egípcios usavam o cânhamo para fazer cordas, mas não existem registros que mostrem algum tipo de uso recreativo ou religioso da maconha.
Bast não é a Deusa do Nascer do Sol: A crença em Bast como deusa do Nascer do Sol ou do próprio sol tem origem nos livros de Budge, que escreveu sobre ela sem base nenhuma. Outra idéia falsa difundida em seus livros é a de que Sekhmet seria a deusa do Por do Sol.
Bast não é a Deusa dos Gatos: Essa se tornou uma crença geral moderna. Bast sempre foi associada aos felinos, mas não pode ser colocada na posição de defensora de gatos e donos de gatos: isso é ignorar muito do que ela realmente representa. É curioso notar como existe a conexão de Bast com gatos e nunca, ou quase nunca, as pessoas associam Heru (Horus em grego) como deus dos falcões, Khnum como deus dos carneiros ou Hethert (Hathor em grego) como deusa das vacas. Bast é uma protetora por excelência, não importa de que animal você esteja falando. Se no passado, assim como no presente, o gato foi à forma de melhor interpretá-la, reduzi-la ou limitá-la a ele é não compreender sua plenitude.
Bast não é a Deusa da Lua: Bast nunca teve nada a ver com a Lua até sua associação com a grega Artemis. Antes da influência grega no Egito a lua era associada às divindades masculinas Heru (aparecendo como seu olho esquerdo, ou seu olho 'fraco'), Djehuty, lah, Khonsu e raramente com Wesir. Pode vir daí outra interpretação errada, de que Bast seria o Olho Esquerdo de Rá. Como filha do Criador, Bast é O Olho de Rá.
Bast e Sekhmet não são Deusas Criadoras Existe a crença de que Bast e Sekhmet criaram juntas o mundo. Nenhuma das duas tem as características dos deuses criadores da religião de Kemet. Os deuses criadores são conceitos altamente abstratos (como Tem (ou Atum), Ptah, Geb, Ra e Nit) que dão origem a conceitos ainda mais abstratos (como Heka (ou Hike, na mitologia Grega), Ma'at, Tefnut e Shu. Não existe fonte satisfatória que sustente a versão sobre a criação das Deusas.
Rituais e litanias de Bast: Assim como não existem nos dias de hoje templos erigidos a Bast , também não existem seus rituais ou litanias. Se isso à primeira vista parecer uma perda terrível, é só lembrar que a maior parte das litan não cultuava em templos. É impossível negar que todas as pessoas não tenham algum tipo de superstição. Algumas ou disfarçam ou tentam transforma-la em algum tipo de fé. No entanto a fé é na verdade irmã da superstição. Sua única diferença é que a fé se baseia na crença de uma coisa que achamos que seja real. Já a superstição se baseia em algo que nós achamos que possa ser real. Mas ambas caminham em estradas paralelas e que às vezes se cruzam e nos confundem. É inegável também não perceber que os gatos carregam em si uma forte misticidade. Principalmente as pessoas que tem uma forte mediunidade ira notar facilmente a força mística dos felinos e a sua ligação com a magia. O que notamos de mais perigoso na historia mágica dos gatos é a indução das pessoas a idolatria e na crença de que esses seres fossem fontes de poder. O que eu chego a aceitar, mas ainda relutante é que eles são animais com uma grande mediunidade e que realmente sejam capazes de operar efeitos magisticos os quais são dados a eles pelo Criador de todas as formas de vidas de nosso planeta. Na verdade só existe um único Deus Criador e toda e qualquer entidade tenha ela a forma que tiver ou use o poder que usar só poderá operá-lo com consentimento desse Deus Criador. Não descarto, no entanto a existência dos deuses, mas não tenho duvidas que estes tem o dever de obedecerem a Hierarquia Cósmica e que por causa de desobediências e estultícias é que muitos foram punidos. Tenhamos por certo que existe uma Lei operante e que todos os acontecimentos ao longo da historia foi necessário mesmo que parecendo horríveis aos nossos olhos. É claro que o massacre tanto de humanos quanto de gatos, foram causados por erros dos próprios homens. Mas Deus sempre esteve atento para corrigi-los com Justiça e Sabedoria.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador
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