Wilhelm Reich, durante seu trabalho sobre análise do caráter, tentou, de maneira sistemática, isolar e desmascarar as atitudes de caráter, sempre com o objetivo de liberar as emoções reprimidas. Todas as dissoluções bem-sucedidas da couraça muscular liberavam emoções de cólera ou e angústia. O tratamento das emoções liberadas tornava possível a restauração da motilidade sexual.
Reich descobriu que, se aliasse o tratamento de caráter ao tratamento
da couraça muscular, os resultados se tornavam muito mais eficazes.
Reich tinha a opinião de que a "rigidez somática" representava a parte mais essencial do processo de repressão.
(Reich, 1991). Segundo o autor, na infância é que se cria o
encouraçamento muscular, seja prendendo a respiração ou aumentando os
músculos abdominais. As crianças, muitas vezes, são levadas a reprimir o
choro, anular seus impulsos de ódio, angústia ou, até, de amor. Até
então, a psicologia analítica havia se dedicado somente
aos sentimentos que a criança anularia e aos motivos que a levariam a
fazer isso, deixando de lado o "modo" pelo qual as crianças lutariam
contra os impulsos, ou seja, o processo fisiológico da repressão.
"A
estrutura psíquica é ao mesmo tempo uma estrutura biofísica que
representa um estado especifico indicativo da intervenção das forças
vegetativas de uma pessoa" (Reich, 1991, 256). Segundo o autor, aliar a terapia de análise do caráter
às atitudes musculares possibilita evitar o complicado rodeio pela
estrutura psíquica, ao atingir-se diretamente os afetos a partir da atitude somática.
A atitude muscular não é nada além que do que aquilo que chamamos de "expressão corporal" ou "corporalidade".
"Reich achava que a couraça muscular está organizada em sete principais
segmentos de armadura, que são compostos de músculos e órgãos com
funções expressivas relacionadas. Estes segmentos formam uma série de
sete anéis mais ou menos horizontais, em ângulos retos com a espinha e o
torso. Os principais segmentos da couraça estão centrados nos olhos,
boca, pescoço, tórax, diafragma, abdome e pelve" (Reich 2, 2007).
O autor afirma que, para a dissolução da couraça, são importantes três instrumentos:
- Armazenamento de energia no corpo por meio de respiração profunda;
- Ataque direto aos músculos cronicamente tensos (por meio de pressão) a fim de soltá-los;
- Manutenção da cooperação do paciente, lidando abertamente com quaisquer resistências ou restrições que possam emergir. A vegetoterapia
tem por objetivo dissolver os bloqueios musculares dos sete segmentos
citados acima. A energia liberada se expressaria através de ondas de excitação, liberando os afetos e gerando uma elaboração dos conteúdos reprimidos.
As couraças podem estar representadas em qualquer um destes segmentos e
seu desbloqueio deve ser no sentido céfalo-caudal, iniciando pelo
primeiro (ocular) e seguindo em direção ao sétimo nível (pélvico)
(Rodrigues, 2007). Reich descreve as características e os mecanismos de
várias atitudes musculares típicas. Dentre elas, a região da cabeça e do
pescoço. Dor de cabeça forte é um sintoma comum em
muitos pacientes, afirma o autor. Localiza-se freqüentemente acima do
pescoço, sobre os olhos ou na testa. (Reich, 1991).
Segundo o
autor, quando as pessoas mantém o pescoço tenso por muito tempo,
sentirão logo uma dor na parte posterior da cabeça. Já uma dor de cabeça
supra-orbital (como uma faixa apertando a cabeça), é geralmente causada
pelo hábito de uma elevação crônica das sobrancelhas, causando uma
tensão em toda a musculatura do crânio e uma contínua expectativa com
relação aos olhos. Outro exemplo citado pelo autor são os espasmos da boca, do queixo e da garganta. Estes pacientes sofrem freqüentemente de náuseas,
sua voz é habitualmente baixa, monótona. A mesma reação têm as crianças
quando prendem o choro, provocando a tensão no assoalho da boca. Reich
afirma que a face como um todo deve ter uma atenção especial, porque ela
revela muito do paciente.
Segmento pélvico:
Este
segmento inclui os músculos da pelve, dos membros inferiores, e os
órgãos internos (ovários, útero, bexiga, genitais). Portanto este
encouraçamento inibe a ansiedade, a raiva e o prazer. A inibição da
ansiedade e a raiva resulta na inibição do prazer sexual.
"As
biopatias deste segmento são problemas sexuais como frigidez,
impotência, ejaculação precoce, varizes, etc" (Santos, 2007). Reich
afirma que a inibição respiratória e a fixação do diafragma são os
principais atos da supressão das sensações de prazer no abdômen (Reich,
1991). Segundo o autor, desde crianças somos levados a reter (controlar)
nossas emoções; somos tão reprimidos que esquecemos como respirávamos
quando éramos bebês e começamos a fazer uma respiração incompleta. Com
este mapeamento do corpo humano sugerido por Reich, torna-se possível e
viável a técnica da vegetoterapia.
Um ser humano
com suas couraças liberadas está aberto a novas descobertas, e
principalmente a uma nova maneira de olhar o mundo e a sociedade ao seu
redor; está aberto a se conhecer, se amar e amar ao próximo com a mesma
intensidade. Como mãe, pesa a responsabilidade de uma boa educação para
meu filho. Lembrar-nos constantemente da importância de como nos
relacionamos com eles ainda pequenos. Frases como "não chore", "fale
baixo", ou outras intimidações verbais, será
que são necessárias? O quanto elas podem se transformar em couraças?
Como incentivar meu filho a expressar seus sentimentos - e,
conseqüentemente, sua corporalidade e sexualidade - de uma forma sadia?
Na verdade a inibição pode vir de muitas formas. Uma criança que sofre
abusos sexuais na infância tende a ficar traumatizadas pro resto da
vida.
A menos que busque sarar as feridas da alma por meio de
meditações, analises e desbloqueios espirituais. Eu também conheci
meninas que foram abusadas sexualmente na infância, mas não lembravam-se
mais disso, só seus pais sabiam do ocorrido. Mas elas desenvolveram
comportamento estranho inclusive na forma de fazer sexo. Um desses
comportamentos, foi o aceleramento. Esse aceleramento é uma maneira de
querer partir logo para o ato sexual sem pré liminares, como se quisesse
de alguma forma também abusar do parceiro como uma forma de vingança.
Outras tornaram-se submissas, transando com qualquer um como se não
valorizassem mais o corpo. Sambem muitas ficaram conformadas em se
tornarem amantes sem dar a minima pra isso.
Muitas dessas
disposições vem marcadas no mapa, e nem sempre são somatizações. É comum
vermos meninas que foram bem criadas virarem objetos sexuais e mulheres
que foram abusadas tornarem-se boas mães de família. Isso depende da
progressão espiritual e de como cada mulher assimila o que vivencia na
vida.
Carlinhos Lima - Pesquisas.
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