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Busca por sistemas exoplanetários (ESA–C. Carreau/Divulgação) |
Além de um novo observatório espacial,
agência ESA autorizou lançamento de satélites com o objetivo de detectar
ondas gravitacionais no espaço
A Agência Espacial Europeia (ESA) autorizou nesta semana o lançamento de um novo observatório espacial para buscar planetas habitáveis fora do sistema solar. A missão Plato (sigla em inglês para Planetary Transits and Oscillations of stars) vai tentar descobrir quão comuns são os planetas parecidos com a Terra e recolher dados que possam responder se o sistema solar é incomum, ou até mesmo único no cosmo.
“A missão pode, eventualmente, levar à detecção de vida extraterrestre“, disse em comunicado a Universidade de Warwick, no Reino Unido, que terá uma equipe de astrofísicos participando do projeto.
O empreendimento foi estimado em cerca de 600 milhões de euros, quando foi anunciado, há três anos. Agora, com a aprovação, a sonda passa a ser construída para ser lançada ao espaço em 2026, segundo as projeções da agência.
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Ilustração da espaçonave Plato (CNES/Divulgação) |
A missão pretende encontrar planetas com a massa semelhante à da Terra e também super-terras (planetas de massas entre duas a dez vezes a da Terra) que estejam na “zona habitável” de estrelas, ou seja, a uma distância tal que permita a existência de água líquida sobre a superfície. Com 26 telescópios de 12 centímetros de diâmetro cada, a sonda vai analisar aproximadamente um milhão de estrelas, monitorando 50% do espaço de forma contínua.
Dessa forma, a Plato irá se juntar ao observatório Kepler, da Nasa, na busca de planetas fora do sistema solar (exoplanetas). O telescópio espacial americano encontrou, até agora, mais de 2.300 exoplanetas confirmados. Destes, 30 têm menos do dobro do tamanho da Terra e estão na “zona habitável”.
“Vamos saber quais planetas se parecem mais com a Terra e em quais será necessário nos concentraremos para a detecção de vida. De certa forma, Plato vai determinar planetas muito importantes para pesquisas futuras”, afirmou o professor de astronomia Willy Benz, da Universidade de Berna, na Suíça, que participa do projeto.
A missão vai analisar ainda a atividade das estrelas para determinar suas idades, massas e tamanhos e gerar um melhor entendimento do sistema estelar como um todo.
Lisa Pathfinder - Outra missão aprovada pela ESA esta semana é a Lisa (sigla para Laser Interferometer Space Antenna), um trio de satélites cujo objetivo é detectar ondas gravitacionais no espaço. Esses sinais, previstos por Einstein, foram detectados pela primeira vez em 2015 pelo Ligo, uma estação terrestre americana.
Com o custo de um bilhão de euros, dos quais 20% virão da Nasa, a Lisa tem previsão de ser lançada em 2034 e deve apoiar o Ligo na busca por essas ondulações no espaço-tempo – aquilo que os físicos descrevem metaforicamente como o tecido do universo, o ambiente dinâmico onde todos os acontecimentos transcorrem — que se propagam pelo espaço. As ondas gravitacionais, uma espécie de “eco” dos eventos cósmicos, funcionam como uma espécie de nova “janela” para o universo e pode ajudar os cientistas a desvendar eventos misteriosos, como a composição de buracos negros ou da energia e matéria escura.
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Impressão artística da espaçonave LISA (AEI/Milde Marketing/Exozet/Divulgação) |
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