Sexualidade e gravidez: Idade da mulher ainda é a principal causa da infertilidade entre os casais |
Infertilidade da mulher
Quando se fala em fertilidade, o relógio biológico
exerce um papel implacável. Quanto mais uma pessoa envelhece, maior a
redução de sua capacidade de reprodução. Isso é ainda mais evidente no
caso das mulheres que, por mais joviais que possam parecer atualmente,
nascem com um número predeterminado de óvulos.
Ao chegar à idade
fértil, uma mulher possui apenas 300 mil óvulos capazes de serem
fecundados. Segundo esse processo contínuo e normal, após os 35 anos o
número de óvulos terá diminuído. Assim, para evitar uma surpresa
desagradável, elas precisam ser alertadas que o ideal seria engravidar
até os 34 anos.
"Mulheres que adiam a gestação para priorizar a
carreira e a estabilidade financeira buscam o seu primeiro filho em uma
idade superior à ideal, ou seja, próximo aos 40 anos", afirma Arnaldo
Cambiaghi, especialista em reprodução humana do IPGO (Instituto Paulista
de Ginecologia e Obstetrícia).
O médico ressalta que,
atualmente, a cada seis gestantes atendidas no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP, uma tem mais de 35 anos. Já no Laboratório
Fleury, em São Paulo, 35% das gestantes têm mais de 35 anos e 15% mais
de 40, segundo publicação na Revista "Fleury - Saúde em dia". No IPGO as
mulheres maduras já representam até 60% dos casais que buscam ter seu
primeiro filho.
Roupas
justas causam infertilidade masculina. VERDADE: "Temperaturas altas na
região da bolsa escrotal, geradas por roupas ou pelo ambiente, podem
reduzir a produção de espermatozoides", alerta o especialista Mario
Cavagna. "Entretanto, se o indivíduo passar a evitar os fatores que
elevam a temperatura na região, o quadro pode ser revertido", acrescenta
Divulgação
Mario Cavagna, diretor da Divisão de Reprodução Humana do Hospital
Pérola Byington, de São Paulo, é mais enfático: “A partir dos 38 ou 40
anos, a capacidade reprodutiva das mulheres cai drasticamente. Do ponto
de vista biológico, e não social, o ideal é que a primeira gravidez
ocorra até os 25 anos”.
Deste modo, a prática do congelamento de
óvulos e espermatozoides, assim como as pesquisas com as células
tronco, vêm se mostrando caminhos promissores para vencer os efeitos do
tempo. E, ao contrário do que muitos pensam, após congelados, eles não
têm um prazo de validade.
A alimentação também influencia
Além de ficar atenta ao relógio biológico, uma alimentação balanceada, a
prática moderada de exercícios e a prevenção de doenças que afetam os
órgãos reprodutores, além de ter a sorte de uma boa herança genética,
são fundamentais para realizar o sonho de ter filhos.
A
preservação da fertilidade começa pelo prato. “A dieta conhecida como
mediterrânea, com alto consumo de ômega 3, encontrado em peixes de água
fria como salmão e sardinha, além de nozes e ervilhas, por exemplo,
contribui para isso”, afirma Cambiaghi.
“Já homens que comem
muita carne ou consomem muito leite podem apresentar perda de
fertilidade porque são afetados pelo alto nível de hormônios destes
alimentos. O grande consumo de gordura também pode atrapalhar”,
acrescenta o médico, que em breve lançará um livro sobre a influência da
alimentação na fertilidade.
Drogas e doenças
A fertilidade de homens e mulheres também depende tanto da natureza
quanto da qualidade de vida. O fumo, o álcool e as drogas são grandes
vilões, bem como as doenças sexualmente transmissíveis (DST).
O
hábito de fumar e o consumo de álcool e de drogas atingem tanto o
sistema reprodutor masculino quanto feminino. Nos homens, alteram a
concentração, o formato e a mobilidade dos espermatozoides, segundo
Cambiaghi. Nas mulheres, afetam a qualidade dos óvulos.
Neste
campo, a prática de exercícios físicos precisa ser moderada. A alta
intensidade da prática esportiva interfere na ovulação e reduz a
produção de espermatozoides. Porém, estes problemas são reversíveis.
Já as doenças que atingem o sistema reprodutor estão entre as
principais causas da infertilidade, com destaque para a endometriose,
presente em 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva no mundo.
Originada pela presença do tecido uterino, o endométrio, fora do útero,
a patologia é um dos fatores mais importantes no impedimento da
gravidez.
“Algumas mulheres com endometriose conseguem
engravidar, mas, em geral, a doença compromete a qualidade do embrião e o
ambiente do útero”, diz Cavagna.
As DST também são perigosas:
chegam a responder por 25% das causas de infertilidade. Aqui, a
prevenção é essencial, bem como o diagnóstico precoce e o tratamento
adequado, segundo os especialistas.
Entre os mitos mais
populares sobre os inimigos da fertilidade estão o uso de notebooks no
colo e de celulares no bolso ou na cintura. De acordo com Cavagna, não
há estudos que comprovem estes danos. Porém, ele mesmo confessa que não
tem esses hábitos. Prevenir é sempre melhor!
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