QUERER
DEFINIR OS TRAÇOS DE UMA PESSOA, COMPORTAMENTO OU DONS, NÃO SERÁ
POSSIVEL UTILIZANDO APENAS UM SIGNO, UM ORIXÁ OU UM ANJO. SERIA COMO
PINTAR UMA IMAGEM USANDO UMA ÚNICA COR! TEMOS MAIS DE UM ANJO, MAIS DE
UM ORIXÁ, MAIS DE UM SIGNO EM AÇÃO... É ISSO QUE TORNA CADA PESSOA ÚNICA
E NESSE CAMINHO QUE TRILHAMOS A UMBANDA ASTROLÓGICA, OU SEJA, O DE
DESCOBRIR O CÓDIGO PARTICULAR DE CADA UM! SE SOMARMOS CARACTERES
ZODIACAIS, CHEGAREMOS A MILHARES, TALVEZ MILHÕES DE SIGNOS CÓSMICOS QUE
PODEM REVELAR UM SER OS CÓDIGOS DE UMA ALMA. POR ISSO NÃO TENTE DEFINIR
UMA PESSOA, UM AMANTE UM RITIMO SEXUAL E UM CARÁTER, APENAS PELA POSIÇÃO
DO SOL, DATA OU EMBLEMA...
Quando estuda-se o Candomblé,indo além do “modus operandi” no cotidiano das roças, tem-se a grata surpresa de descobrir nas leis ancestrais,despidas de tecnologias e ciências exatas,reais ensinamentos passados de pais para filhos, com consciência ausente a outras civilizações. O sexo não é visto como “pecado original” no Candomblé. Aliás em vários itans, Orixás o praticam, seduzem e encantam sensualmente.Então,tal explicação, não procede.
Além do sangue que contém o DNA, outros materiais orgânicos também o contêm : sêmen,saliva,tecidos do corpo,fluidos vaginais, leite materno ,suor e substâncias pré-ejaculatório. E esses códigos nos tornam únicos no universo. E esses elementos todos são muito usados na magia sexual e africana. Quando se entra para roncó, estamos em retiro espiritual, num momento único, pessoal e intransferível entre o ser humano e os Deuses. Deixamos o cotidiano para nos dedicar ao Divino. Nada nem ninguém deve interferir. Atos mundanos (próprios do mundo) como fumar, ver tv, ir a rua , comer o que nos apetece, bebidas alcoólicas ou estimulantes e sexo, já não cabem no momento. Inserir fato, algo ou alguém entre nós, o destino traçado pelo Vodum (quando raspamos o Santo, fazemos um juramento entregando vida e sina a direção dos Encantos) e a relação Pai/Mãe e filho/a, é chamar kijila e eewó.
Busca-se forças (axé) para avanço espiritual, potência para ori,tornando robusta a conexão com nosso Orixá. Através do sistema de oferendas, elevadas com preces(somadas a purificação de mente e corpo de cada pessoa), pedimos emanações de vigoroso poder sobre alma e vida. É o retorno ao estado natural do espírito como parte e parcela do Divino; portanto privativo. Exu confere as oblações, leva aos Deuses as súplicas e retorna a Ayê com a graça. Se nosso código é exclusivo no sangue e através dele cantam os ancestrais num ritual único, no momento da oferta, no corpo do postulante, deve haver apenas o seu dna. Se houvesse relações sexuais durante os procedimentos mágicos e místicos, Exu ao conferir a encomenda, pelos materiais orgânicos trocados na cópula, encontraria dois remetentes quando tudo foi feito para um determinado ori, odus, vida espiritual e material. Ou seja, o pacote não confere... e nós sabemos bem: encomenda mal postada... se extravia ou volta para o correio sem cumprir sua rota,destino e função.
Erradamente, dizem alguns ser o conceito que diz que o sexo tira a pureza da alma e que atrapalha os rituais iniciatórios e que evitá-lo é indispensável, antes e depois das cerimônias, de procedência necessária para “manter o corpo limpo”, pois os prazeres carnais nos tornam impuros aos olhos de Deus. O sexo não é visto como “pecado original” no Candomblé. Aliás em vários itans, Orixás o praticam, seduzem e encantam sensualmente. Mas, o que todos devem ao menos tentar compreender é que nem sempre o que faz bem pra uns tem o mesmo efeito pra outros. Ou seja, se tem pessoas que nasceram pra viver sua sexualidade plena e livre, muitos não vieram ao mundo com toda essa margem de liberdade. Depende sempre do carma, dividas e missões de cada um.
Muitos que foram escravos do sexo em vidas passadas por exemplo, nasceram pra buscar o reequilíbrio espiritual que sua alma perdeu anteriormente. Não devemos fazer como a Igreja Católica que apenas decreta o sexo como algo ruim pra todos, mas, entendermos que pra alguns é sim muito nocivo. Alguém por exemplo que nasceu pra ser um agente de cura, sacerdócio e profeta, sempre terá o dever de manter uma sexualidade iluminada e harmônica. Além disso muitos terão até que ser celibatários, como muitos sacerdotes de Ifá ou Ossaim.
No período do Kelê ainda estamos sobre o ritual e nesta temporada de ligação estreita entre humanos e Deuses, mais uma vez, não devemos inserir terceiros em tão raro momento. Este paramento é tão sagrado que depois do período prescrito deve ser colocada no Igba Orixá e de lá só retirado no Axexê, onde é desfeito. Kelê do Orixá, posta no pescoço do iniciado. Significa a aliança, a conexão perfeita entre elegun e o Orixá.
Sexo é a celebração da vida, porém apenas inadequado durante os ritos pessoais. Para tudo na vida tem hora e local. E mesmo fora do contexto religioso, o sexo é uma das maiores forças que conhecemos, tanto em sentido religioso, quando em sentido físico. Sexo, não apenas pode gerar vida, como também morte. E muitas pessoas nascem com muitos impedimentos no que se refere ao sexo. Uma médium por exemplo que nasce pra cumprir uma missão com certos orixás, tem deveres de cuidar-se bem a nível espiritual. Muitas pessoas escolhidas, tem até grafado em seus ciclos existênciais o momento certo de perder a virgindade. Assim uma mulher que tem que cumprir um ciclo e se inicia sexualmente precocemente, não só perde dons, como também, tem prejuízos enormes em sua vida, especialmente a vida afetiva. E apenas o que poderá fazer é correr atrás do prejuízo. Por isso muitas exclamam doloridamente "porque não tenho sorte no amor?", mas, por serem materialistas demais e não terem uma busca espiritual, nunca vão encontrar a resposta que está numa trajetória sexual desordenada.
Uma médium escolhida, também toda vez que se mistura com pessoas negativas, sombrias e cheias de impurezas, acaba perdendo energia, como também sugando impurezas. Uma pessoa que tem mediunidade que precisa de pureza física, ao transar num motel, numa encruzilhada, num dia de alinhamentos ruins, com uma pessoa que ingeriu muito álcool, drogas ou tem o espírito forjado nos vícios mais torpes, será assim tremendamente prejudica.
Uma mulher que nasceu com dom de cura, até tem uma certa imunidade, mas, ao praticar, adultério por exemplo, ainda pior se for com outro parceiro também compromissado, acaba sofrendo graves consequências. E essa pessoa médium que representa a ancestralidade e tem que representar um orixá com poder de cura, ao receber sêmen na boca ou dentro do corpo, de um indivíduo sombrio, acabará também ao mesmo tempo que perde energias fiscais, sendo sugada por kiumbas, sucubos e incubos. Imagina só uma medium escolhida, que pertence a energia mental e de cura de Iemanjá com Ossaím, saindo de casa, deixando filhos e marido, pra transar por horas num motel sujo espiritualmente, numa encruzilhada ou numa casa de swing, as consequencias que essa pessoa terá no carma. Especialmente se o parceiro carrega eguns, egrégoras sombrias e obsessores doentios! Terrível...
Uma coisa que devemos sempre ter em mente é que o amor é uma força fantástica e forma de elevar o sexo. Assim o sexo com amor é mais leve, mais divinizado e mais completo. Como eu disse, vai do carma de cada um, mas, pra quem tem um carma ligado a sexualidade, procurar fazer sexo com sentimento e amor, além de mais gostoso, vai tornar tudo mais claro e leve. Tenha em mente que sempre encarnarão espiritos livres, aqueles que vem ao mundo fazendo de tudo, vivendo tudo com amplitude e plenitude, mas, pra outros não é assim. Temos uma bagagem, saldos e dívidas a cumprir. E pra quem vem a essa encarnação com dividas referente ao sexo, ao extrapolar novamente, cria-se fardos cada vez maiores. E o amor, será sempre a melhor resposta e libertação.
Carlinhos Lima
